segunda-feira, 17 de maio de 2010

Comunicação

Cá estou eu de volta à vida activa, dia de trabalho, esta sol e vento, o sol compensa o vento e o vento refresca o ímpeto do fim de semana prolongado. A 2º  feira custa.
Como tinha dito, recebi uma visita especial, e foi especial como eu esperava, haviam 7 meses que eu não comunicava com esta pessoa. Foi bom poder desligar o dicionário mental francês e voltar ao português.
Fomos a Montpellier, a cidade grande mais próxima, cosmopolita, antiga, miscigenada mediterrânica, activa.Cheia de boas surpresas.
Entre os dias12 e 16 aconteceu por la o FISE, festival international sports extremes, basicamente é um, festival de desportos radicais e de cultura urbana. O evento realiza-se na zona ribeirinha da cidade, o que por estas bandas significa um espaço nobre da cidade ao serviço das pessoas, neste caso dos jovens.
Os jovens funcionam em tribo, é sociologicamente correcto dizer tribo, o que não implica falar de um grupo rude e primário, bem pelo contrario, a maior tribo aqui e a da cultura hip-hop e tudo o que ela encerra. O FISE foi uma reunião dessa grande tribo, aberta a todos.
Dizem que os jovens nao comunicam, pois não existe nada mais errado, comunicam e muito. Comunicam à sua maneira. O FISE atrai milhares de jovens que comunicam com skates no ar, bicicletas a rodopiar, tornozelos torcidos, grafitys a ganharem forma, roupas que serviam para dois. As jovens passeiam-se, os jovens insinuam-se, a musica nunca para e o sentimento de tribo é poderoso.
Os jovens comunicam imenso, apenas o fazem aditiva-dos pelas hormonas descontroladas que moldam a idade, e ainda bem que assim o é. É uma excentricidade saudável.
Em Montpellier encontrei também uma companhia de dança e musica, actuavam numa praça e comunicavam com o corpo, e rapidamente punham os transeuntes a dançar, menos jovens mas não menos comunicativos.
No sábado à noite comuniquei com a minha convidada, através dos olhos, percebi que estava cansada e não queria prolongar a noite.
Hoje de manha, ao sair de casa, após bater a porta do prédio, um gato cinzento miou-me com força e roçou-se na minha perna. Do pouco que conheço dos gatos, independentes por natureza e interesseiros por instinto, depressa compreendi que queria entrar no prédio. Abri-lhe a porta, ele entrou, miou uma ultima vez.Acho que me agradeceu.
 Comuniquei muito este fim de semana, evoquei as linguagens universais.
A língua é uma barreira muito virtual, vou aprendendo.










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